Dicas de Nutrição com Wilma Amorin

A área de nutrição da Revista EmDiabetes conta, em janeiro, com uma convidada especial, a Nut. Wilma Amorim. Ela aborda um assunto que dá o que pensar, falar e… porque não, comer. O que será que a vida moderna está provocando. Vejam várias orientações.

Fome? Ansiedade? Vontade de comer? Ou glicemia elevada?

Por Wilma Amorin*

A vida moderna contribui muito para mudanças na alimentação, tais como: aumento do consumo de carboidratos refinados, bebidas adoçadas com açúcar, gorduras saturadas e trans, e excesso de sódio, ingredientes presentes em quantidade elevada nos produtos industrializados e nos fastfood. Essa mudança no comportamento alimentar associado à baixa atividade física contribui para o crescimento das chamadas DCNTs (Doenças Crônicas não Transmissíveis): obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e hipertensão arterial.

Muitas vezes a ansiedade pode ser confundida com a sensação de fome e acaba levando a pessoa a procurar fazer pequenos lanches ou a comer maiores quantidades.

A vontade de comer pode ser também difícil de diferenciar de um dos sintomas do aumento da glicose no sangue, que é a chamada “polifagia” e que provoca uma fome excessiva quando o diabetes está mal controlado.

Neste caso, as fibras alimentares são fundamentais numa dieta balanceada e saudável.

Elas devem estar presentes em pelo menos quatro refeições/dia e estão indicadas na alimentação da população em geral e principalmente para quem tem excesso de peso, diabetes tipo 1 e 2, e/ou níveis de triglicerídeos e colesterol elevados no sangue.

A quantidade ideal é de 14g de fibras por 1000 Kcal. Para mulheres é uma média de 25g/ dia. As fibras presentes nos alimentos ou acrescidas na alimentação ajudam a promover saciedade contribuindo para o controle do peso corporal, a melhorar o funcionamento intestinal, a reduzir a glicemia pós prandial e também na imunidade, pois melhoram a microbiota intestinal.

Estudos mais recentes associam uma alimentação rica em fibras insolúveis, com redução da resistência à ação da insulina, geralmente presentes no diabetes tipo 2 e pré-diabetes.

As fibras são classificadas em solúveis e insolúveis, mas alguns efeitos são compartilhados entre as fibras solúveis e insolúveis. As fibras solúveis são encontradas principalmente nas frutas, legumes e aveia. Elas formam um gel quando misturadas com água, aumentam o tempo de absorção dos nutrientes e ajudam a diminuir os níveis de colesterol e da glicemia. As fibras insolúveis são encontradas na maioria dos cereais integrais, farelo de trigo e aveia.

Elas promovem o aumento da motilidade intestinal, atuando como laxantes naturais.

Prepare o seu prato de forma equilibrada de preferência orientado por uma nutricionista, e procure ter sempre presente alguns dos alimentos citados abaixo.

Quantidade de fibras presentes em alguns alimentos

  • Alto conteúdo de fibras = > 2,5g/ porção Ex. Goiaba, Tangerina, Ameixa seca, Abacate, Kiwi,
  • Leguminosas: feijões, lentilha, ervilha, grão de bico, Aveia, Canjica, Berinjela, tomate, palmito, abóbora, cenoura ralada, beterraba ralada, espinafre, folhosos em geral.
  • Baixo conteúdo de fibras < 2,5g/porção
    Ex. Melancia, Melão, Uva, Abacaxi, Suco de fruta, Mandioca, Batatas, Tapioca, Inhame.

 

*Wilma Amorim – membro da diretoria da SBD Rio de Janeiro, gestão 2020-2021 e 2022-2023. Educadora em Diabetes pela IDF (International Diabetes Federation) e SBD (Sociedade Bbrasileira de Diabetes). oordenadora do “Tratamento de Obesidade em dinâmicas de grupo” no IEDE (8 anos de duração). Chefe do serviço de nutrição do IEDE (Instituto estadual de Diabetes e Endocrinologia) de 2001 a 2008. Co-autora de livros sobre Diabetes.

Contatos: amorimwilma@hotmail.com