Todos os anos, a ADCES (Associação de Cuidados e Especialistas em Educação em Diabetes) realiza um Congresso sobre temas relacionados a Educação em Diabetes. Esse ano o evento está acontecendo em Baltimore, Maryland, nos Estados Unidos,(12 a 15/08/22) com apresentações de pesquisas, cuidados, e novidades de tecnologia em diabetes.
Uma das conferências importantes apresentadas foi a da Dra. Nicole Rioles (diretora sênior de parcerias clínicas para DM1, de Boston) sobre uma ferramenta (questionário) de triagem de nove itens para avaliar o medo de hipoglicemia em adultos com diabetes tipo 1.
Foram recrutados 553 adultos com 18 anos com diabetes tipo 1 por pelo menos um ano de três clínicas do “ T1D Exchange Quality Improvement Collaborative”. Os participantes que completaram o questionário de rastreamento do medo da hipoglicemia tinha uma média de idade, 38,9 anos, sendo 64,6% mulheres e 88,4% brancos. O questionário de nove itens inclui seis questões para avaliar o medo de ter glicemia baixa e três questões relacionadas a excessos, falta de atividade física e manter os níveis de glicose elevados para evitar hipoglicemia.
Cerca de 30% dos adultos com diabetes tipo 1 que participaram dessa pesquisa de triagem tinham um alto medo de hipoglicemia, e aqueles com medo de hipoglicemia tinham hemoglobina glicada (HbA1c) mais alta e eventos hipoglicêmicos graves mais frequentes. Essa taxa de alto medo de hipoglicemia é semelhante à média nacional publicada em outra literatura.
As respostas foram fornecidas em uma escala de 5 pontos e variaram de 1 ponto para discordo totalmente a 5 pontos para concordo totalmente. Uma pontuação mais alta indicou maior medo de hipoglicemia. Os participantes relataram dados demográficos e características do diabetes, incluindo HbA1c, monitoramento de glicose e métodos de administração de insulina, níveis de glicose baixa e alta e número de eventos hipoglicêmicos graves. Em uma análise das respostas, a maioria dos participantes concordou ou concordou fortemente que sentia medo de hipoglicemia enquanto dirigia, dormia, saía em público ou sozinho. A maioria dos adultos com DM1 também afirmou que comeu mais do que precisava para evitar níveis baixos de glicose no sangue.
De acordo com a Dra. Rioles, pacientes com medo de hipoglicemia podem restringir suas atividades ou usar comportamentos compensatórios para evitar a hipoglicemia. É importante ressaltar que o medo da hipoglicemia afeta negativamente a qualidade de vida dos pacientes, o bem-estar psicológico e o controle do diabetes.
A educação em diabetes é fundamental para uma orientação e conscientização adequada de situações de risco, como exercícios físicos ou esquecer o horário de alguma refeição.