Recente pesquisa publicada em dezembro de 2021 na revista científica Diabetes Care, demonstrou Indivíduos que têm um pâncreas menor e níveis mais altos de gordura no fígado apresentam um maior risco de desenvolver diabetes tipo 2.
As descobertas podem ser um avanço na compreensão das causas biológicas que seriam responsáveis pelo desenvolvimento da doença, permitindo maneiras mais personalizadas de ajudar as pessoas a diminuírem o risco de diabetes tipo 2.
Pesquisadores da Universidade Brunel, em Londres, usaram um método estatístico que aproveita informações genéticas e de saúde para entender causa e efeito e para identificar se o tamanho e a gordura do fígado e do pâncreas poderiam ter um papel direto na causa do diabetes tipo 2.
A Pesquisa
Foram analisados dados de 32.859 pessoas que fizeram exames de ressonância magnética como parte do estudo Biobank de Londres. O tamanho e gordura do pâncreas e do fígado foram analisados juntamente com informações sobre os genes que afetam esses fatores, com o objetivo de entender seu papel como possível causa de risco de desenvolver diabetes.
Os estudos descobriram que pessoas com uma composição genética que as torna propensas a armazenar gordura no fígado também seriam mais propensas a ter diabetes tipo 2.
As análises mostraram que para cada 5% de aumento na gordura no fígado, o risco de diabetes tipo 2 pode aumentar em 27%. Da mesma forma, descobriu-se que ter um pâncreas menor teria também um papel direto na causa do diabetes tipo 2.
Também foram analisados dados de 9.000 pessoas com diabetes tipo 1 (DM1). Porém, o tamanho do pâncreas e do fígado ou os níveis de gordura, não foram diretamente ligados à condição autoimune (relacionada ao desenvolvimento do DM1).
Os níveis de gordura no pâncreas e o seu tamanho, bem como o aumento de gordura no fígado foram associados ao diabetes tipo 2, mas não desempenharam um papel direto no aumento do risco de diabetes tipo 2.
É importante lembrar que o diabetes tipo 2 é uma condição complexa com muitos fatores de risco, alguns que não podem ser alterados, como idade, etnia e histórico familiar, e alguns que podem, como peso corporal e sedentarismo.
Estudos anteriores já mostraram que perder peso, bem como praticar exercícios regularmente pode reduzir os níveis de gordura no fígado. Pesquisas como essa podem ajudar a entender as maneiras mais eficazes de ajudar as pessoas a reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2.