O Dia Mundial de Ação ou Conscientização para Transtornos Alimentares é um movimento popular que ocorre dia 2 de junho, desenvolvido para e por pessoas afetadas por um transtorno alimentar (TA), suas famílias, médicos e de saúde que os apoiam.
Os TAs mais conhecidos são a Anorexia Nervosa (AN), a Bulimia Nervosa (BN) e o Transtorno da Compulsão Alimentar (TCA). Atingem cerca de 70 milhões de pessoas no mundo e têm a segunda taxa de mortalidade mais alta entre as doenças classificadas como psiquiátricas.
Todas as faixas, gênero ou raça
Podem ocorrer em qualquer faixa etária, gênero, raça, etnia ou classe sócia econômica, assim como acontece em pessoas com diabetes. A necessidade de estar sempre atento a dieta, da monitorização constante da glicemia e uso de medicação específica como a insulina, acabam sendo fatores que influenciam a ocorrência mais frequente (2, 5 a 3 vezes mais) de um transtorno alimentar na pessoa com diabetes.
No caso do diabetes tipo 1, os pré-adolescentes e os adolescentes são os mais afetados, pois podem manipular a dose de insulina (pular ou deixar de tomar) com o objetivo de perder peso, o que ficou conhecido com o nome de diabulimia.
Muitas pessoas que têm o transtorno alimentar, tendo ou não diabetes, têm vergonha e se negam a aceitar, a falar a respeito e, com isso, não têm um diagnóstico e um tratamento adequado.
Gente Real, Recuperação Real
Este ano a campanha internacional, capitaneada pela Dra. Eva Trujillo pela Academy for Eating Disorders (AED), é “Gente Real /Recuperação Real”.
Os transtornos alimentares ainda são incompreendidos e muito estigmatizados em todo o mundo. Para alertar sobre essa situação, o objetivo é expandir a consciência global dos transtornos alimentares como doenças tratáveis e geneticamente ligadas que podem afetar qualquer pessoa.
O movimento é marcado em todo o mundo com a iluminação de monumentos na cor lilás, que foi a escolhida desde 2016 no primeiro evento como alerta para os transtornos alimentares.
Existe relação entre o diabetes e os TAs?
Sim, existe uma relação entre o diabetes mellitus e os transtornos alimentares.
Nos jovens que têm diabetes tipo 1, é importante observar alguns sinais que podem chamar a atenção para a associação entre o diabetes e um TA, em especial a diabulimia.
Estes seriam:
– Quando a hemoglobina glicada (média dos níveis de glicose no sangue nos últimos três meses) está constantemente alta nos exames de sangue de rotina (ex: acima de 9%);
– Apresentar níveis sempre altos da glicemia, podendo levar até a internações ou níveis muito baixos de glicose no sangue, que necessitem de cuidado (de forma inexplicável num primeiro momento);
– Preocupação constante com o peso e imagem corporal;
– Necessidade de estar sempre mudando o plano alimentar; humor deprimido e deixar de monitorar as glicemias capilares e de aplicar insulina.
Tanto os familiares como os profissionais de saúde que participam do tratamento da pessoa com diabetes, sobretudo de adolescentes e jovens, devem ser capacitados para suspeitarem e diagnosticarem de forma precoce a presença de um transtorno alimentar.