Em fevereiro deste ano o Conselho Federal de Medicina publicou a Resolução 2.227, que “define e disciplina a telemedicina como forma de prestação de serviços médicos mediados por tecnologia”.
A comunidade médica se dividiu entre reações positivas e outras nem tanto. O que se colocou em voga foi a segurança dos pacientes, dos dados sigilosos sobre a condição de cada um e, ainda, sobre até que ponto estes procedimentos tirariam a humanização dos atendimentos.
Por conta das divergências acerca do que a Resolução determina para teleconsulta, teletriagem e telemonitoramente, o CFM acabou por suspender temporariamente a autorização para prestação deste tipo de serviço, enquanto os termos são novamente revisados, para os ajustes necessários.
Indo de encontro a isso, hoje o Fórum Inovação Saúde – FIS realizou o evento ‘A Telemedicina no Brasil – Dilemas, Desafios e Realidade’. No debate mediado por Josier Vilar, presidente do FIS, estavam presentes Claudio Lottenberg, presidente da UnitedHealth Group Brasil; Chao Lung Pen, professor da USP e que participa da câmara técnica de discussão de telemedicina desde 2010; Francisco Balestrin, presidente da International Hospital Federation; e Luiz Antonio Teixeira, médico e deputado federal.
Entre os assuntos abordados no Fórum, se destacou a discussão sobre a importância da participação das sociedades especialistas participarem das definições dos termos e parâmetros que irão reger a telemedicina no país, uma vez que para cada especialidade o cuidado e a abordagem clínica junto ao paciente se dá de maneiras distintas.
Por outro lado, ressaltou-se que a telemedicina pode trazer grandes benefícios para pessoas que vivem com doenças crônicas. Por exemplo, um paciente que é diagnosticado com hipertensão ou diabetes, acaba por deixar de lado o uso de medicamentos após dois ou três meses da consulta. Neste sentido, a expectativa é que o telemonitoramento ajude na adesão destes pacientes, no que se refere à continuidade do seu tratamento.
Concluindo os debates, o professor Lung lembrou que a telemedicina é uma necessidade social e, por isso, é preciso discutir principalmente o que esta nova forma de oferecer um serviço médico pode proporcionar e trazer de benefícios aos pacientes.