O Dia Mundial de Alerta para Transtornos Alimentares é um movimento popular, desenvolvido para e por pessoas afetadas por um transtorno alimentar (TA), suas famílias e os profissionais médicos e de saúde que os apoiam.
Os TAs mais conhecidos são a Anorexia Nervosa, a Bulimia Nervosa e o Transtorno da Compulsão Alimentar.
Os transtornos alimentares afetam cerca 70 milhões de pessoas em todo o mundo, e têm a maior taxa de mortalidade por qualquer doença mental, embora muitas pessoas não recebam tratamento.
Através da união de ativistas em todo o mundo, o objetivo é expandir a consciência global dos transtornos alimentares como doenças tratáveis e geneticamente ligadas que podem afetar qualquer pessoa. É muito semelhante ao que ocorre com o diabetes, que pode atingir qualquer faixa de idade, sexo, raça ou cor, sem distinção.
É importante lembrar também que jovens e adolescentes com diabetes tipo 1 têm duas vezes a três vezes mais chances de desenvolverem um transtorno alimentar. Neste caso, o mais frequente é conhecido como diabulimia, onde existe a omissão (pular ou deixar de tomar) da dose de insulina com o objetivo de perder peso.
#Equity4EatingDisorders
O sexto Dia Mundial de Ação para Transtornos Alimentares será realizado em 2 de junho de 2021 em todo o mundo. O tema 2021 apresenta a campanha de mídia social
#Equity4EatingDisorders! – Traduzindo #equidadeparaostranstornosalimentares
De acordo com a Dra. Eva Trujillo, membro do Comitê Diretivo do Dia Mundial de Alerta para os Transtornos Alimentares, este é um esforço comunitário e 100% independente, que começou para conectar pessoas e países afetados. “É um esforço unido para melhorar a compreensão dos Transtornos Alimentares e oferecer esperança, soluções e mudanças.
Segundo a Dra. Eva, este ano, o tema é equidade para reconhecer todas as formas de TAs. “Equidade para acesso a pesquisa e financiamento; equidade no acesso ao tratamento e recuperação; justiça para todos os grupos marginalizados e sub-representados que, infelizmente, estão escondidos à vista de todos. É um esforço colaborativo internacional para levar esperança àqueles que não conseguem ver uma luz clara do estigma e do sofrimento”.
Em outras edições, especialmente em 2019, abordamos bastante este tema dos transtornos alimentares. Nesta ocasião, tive a oportunidade de presidir e ajudar a organizar o XIV Congresso Hispano Latino-americano de Transtornos Alimentares da Academy for Eating Disorders (AED) no Rio de Janeiro (5-7/09).
Atenção aos Sinais
Sim, existe uma relação entre o diabetes e os transtornos alimentares e é necessário estar atento a alguns sinais, que podem chamar a atenção para a associação entre eles.
No diabetes tipo 1, por exemplo, seriam:
- Manter a hemoglobina constantemente alta (ex: acima de 9%);
- Apresentar descompensações agudas da glicemia, como cetoacidose diabética e hipoglicemias que necessitem de cuidado (de forma inexplicável num primeiro momento);
- Preocupação constante com o peso e imagem corporal; necessidade de estar sempre mudando o plano alimentar;
- Humor deprimido.
Tanto os familiares como os profissionais de saúde que participam do tratamento, sobretudo de adolescentes e jovens com diabetes deveriam ser capacitados para suspeitar e diagnosticar de forma precoce a presença de um transtorno alimentar.