Do diagnóstico à pesquisa com células-tronco (Continua)

“Você só não pode fingir que a doença não existe.”

Embora abalada, Danielle seguiu em frente pensando: “Faremos o que tem que ser feito.” Ainda durante esta mesma consulta, a endocrinologista ligou para uma outra médica e falou: “Estou agora com uma paciente e ela se encaixa perfeitamente na sua pesquisa: tem 35 anos, é recém diagnosticada e seu Anti-GAD é positivo. Você tem vaga na sua pesquisa?”. Do outro lado da linha estava a Dra. Joana Dantas, que integra o grupo de pesquisa sobre o uso de células-tronco para o tratamento do diabetes no Hospital Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ) no Rio de Janeiro.

Mesmo sem qualquer garantia de resultados, Danielle aceitou participar da pesquisa.  “Eu acho que foi uma benção pois ao mesmo tempo em que a vida me dava um obstáculo, eu também recebia um sopro de esperança. Participar da pesquisa é uma forma de ajudar a melhorar o tratamento do diabetes”. Em novembro de 2016, Danielle Ayres recebeu a primeira infusão de células-tronco.

A coordenadora da pesquisa, Dra. Melanie Rodacki explica que o estudo ainda está em andamento. “Vimos que ela não sentiu efeitos colaterais, vem apresentando baixa necessidade de insulina e excelente controle glicêmico. Entretanto, não podemos afirmar que isto se deve à ação das células-tronco, à lua-de-mel ou se há outros fatores. Precisamos de pessoas que façam o tratamento convencional para que possamos comparar os resultados”. Para participar do grupo controle, os pacientes precisam ter idade entre 16 e 35 anos, com diagnóstico de DM1 há menos de 4 meses e se ofereçam para serem acompanhados pelo grupo da pesquisa. Esta é uma grande oportunidade do paciente colaborar para o avanço da ciência e do tratamento do diabetes no Brasil. Participe!

*Mais informações sobre a pesquisa você poderá ler nas páginas 20 e 21 da nossa 4ª Edição.